domingo, 17 de abril de 2016

Com qualquer resultado, Dilma já não governa mais.

Adelson Elias Vasconcellos.
Independente de qual for o resultado na votação do impeachment, na Câmara de Deputados, neste domingo, Dilma já não governa o país. Transferiu o poder a Lula. Esta é uma realidade que o país inteiro já sabe. Quem não sabia, ou estava fora do país, ou não assiste noticiário.

E, antes de Lula assumir, Dilma já não governava mesmo. Mais de 16 meses de segundo mandato e o Brasil foi largado à própria sorte. Não se encontra um único movimento por parte deste governo com vistas a apontar um caminho de seriedade, de recuperação, de reconstrução. Tirando as promessas vagas, sem nexo, visando apenas agarrar-se à cadeira presidencial, Dilma não sabe mais o que fazer - se é que um dia soube.

Mesmo que sobreviva neste domingo, já não tem mais base parlamentar para tentar levar adiante seu mandato, como também sequer tem um projeto mínimo para o país. Mantida no poder, seu governo vai se arrastar até 2018 numa sangria desastrosa, em que fará a economia do país mergulhar ainda mais no caos, e os serviços públicos se degradarão com maior intensidade.

Sabe-se que, até 2020, a dívida pública continuará subindo em relação ao PIB, chegando a incríveis 90%, ponto em que o Brasil mergulhará numa depressão profunda, acelerando de modo inevitável as desigualdades e a pobreza.

Nunca em nossa história vivemos período tão doloroso. Dilma teve a capacidade de jogar no lixo mais de 20 anos de construção da estabilidade, tanto econômica quanto política. Por isso, como também seus inúmeros crimes que ainda aparecerão, além dos muitos que já conhecemos, é que ela deve ser retirada da presidência. O que não falta em seu currículo são crimes de responsabilidade, uso de dinheiro da corrupção em suas campanhas, a criminosa omissão e desídia de suas funções para tratar a coisa pública com a seriedade e honestidade obrigatórias.

Marcelo Odebrecht já está relatando os podres dos governos petistas, como também está desvendando o cipoal de delinquências de Lula da Silva. Será o capítulo derradeiro desta era de horror em que o Brasil foi mergulhado sob o domínio petista. Tenhamos em mente, também, que pouco se sabe do que foi relatado pelo ex-presidente da Andrade Gutierrez, afora outras delações que enfeitam de lama as biografias da dupla Lula/Dilma. Sempre é bom lembrar que à força-tarefa da Lava Jato o que não faltam são documentos e provas para corroborar as delações. Assim, mesmo que Dilma ainda sobreviva na presidência, doravante, o que não faltarão são motivos sólidos para sua deposição. Só para lembrar: Dilma já responde a processo no TSE e, na Câmara de Deputados, há um bem embasado pedido de impeachment protocolado pela OAB.

E sem essa de “golpe”! Não há golpe em ato previsto na carta constitucional, em que o rito é roteirizado pelo Supremo Tribunal Federal, em que a presidente, em todas as fases, teve ampla direito de defesa, em que sua deposição é votada a céu aberto pelos legítimos representantes eleitos pelo povo. Golpe seria permitir que governantes cometessem crimes de responsabilidade em pencas e por eles não respondessem e não fossem punidos.

Dilma estribilha com o mantra de que seu mandato é legítimo. Como pode ser legítimo um mandato cuja campanha foi bancada com dinheiro de corrupção, além da aplicação do maior estelionato eleitoral da história recente?

É claro que não basta apenas retirar Dilma e toda a gangue de larápios que a cerca e que se incrustou no Estado. Será preciso fazer uma devassa profunda nas contas públicas, nos contratos, nos convênios, em todas as estatais, para que se saiba o bilionário prejuízo causado pelo crime organizado no poder.

Mas ainda assim, caso o vice Michel Temer assuma, precisará ter muita fibra para enfrentar o clima de terror e horror que as hostes do mal comandadas pelo PT espalharão de norte a sul. Eles se consideram donos do Estado, donos da vontade e do pensamento populares, razão pela qual não aceitarão sua derrota de maneira branda e pacífica.

Porém, sem Dilma, e mesmo com o terrorismo que o PT comandará, sabotando de todas as formas qualquer tentativa de reconstrução (coisa que sempre fizeram quando foram oposição), Michel precisará comandar, até 2018, um imenso rol de reformas sem as quais não será possível reconstruir e recuperar a economia que o PT destruiu. E, em torno dele, deverão alinhar-se as verdadeiras forças políticas dedicadas ao interesse maior do país.

Por mais que o terreno seja difícil de ser percorrido, será preciso que Temer se aproxime com equilíbrio dos verdadeiros movimentos de representação popular, não aqueles sórdidos grupelhos financiados com dinheiro público para bancarem milicianos político-partidários.

Que os parlamentares do bem deem uma chance ao Brasil, dizendo “Basta, Dilma!”, “Basta PT!”, “Basta Lula!”. Eles têm o poder de devolver o Brasil aos brasileiros. Afinal, é exatamente isto que deseja mais de 2/3 da população.


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