domingo, 24 de abril de 2016

Impeachment impulsiona debandada de prefeitos do PT





Levantamento feito pelo jornal Folha de S. Paulo junto ao TSE mostra que, a seis meses das eleições municipais, de cada cinco prefeitos do PT eleitos em 2012, um deixou o partido.


Um levantamento feito pelo jornal Folha de S.Paulo junto ao Tribunal Superior Eleitoral mostra que, a seis meses das eleições municipais, de cada cinco prefeitos do PT eleitos em 2012, um deixou o partido. A debandada para outros partidos foi impulsionada pela possibilidade do impeachment da presidente Dilma Rousseff e pela janela partidária aberta em março. Ao todo, dos 638 prefeitos petistas, 135 pediram desfiliação ou foram expulsos da sigla. O número também abarca gestores que renunciaram ou foram cassados.

Em São Paulo, dos 73 prefeitos petistas, 35 migraram, enquanto no Paraná foram 18 dos 40. No Rio de Janeiro, só quatro dos 11 prefeitos eleitos mantiveram-se no partido. Os três estados concentram as maiores perdas da sigla, mas o movimento não se restringe às regiões governadas pelo PMDB e pelo PSDB, e afeta também Bahia e Minas Gerais, estados comandados por petistas.

No Mato Grosso do Sul, a prisão do senador Delcídio do Amaral, em 25 de novembro do ano passado, estimulou a debandada no estado: oito dos 13 prefeitos deixaram a legenda. A maior parte das desfiliações ocorreu neste ano.

O levantamento mostra que entre outubro e abril, o número de desfiliações quase dobrou. Na pesquisa realizada em outubro, 69 prefeitos eleitos em 2012 pelo PT haviam abandonado o partido. Naquela época, os fatores determinantes para esse movimento eram a grave crise econômica e os desdobramentos das investigações da Operação Lava Jato.

O cenário de debandada de prefeitos no entanto não preocupa o secretário de organização nacional do PT, Florisvaldo Souza. “Temos um golpe em curso. Não estamos preocupados com quem saiu, mas sim com quem ficou e vai defender a democracia e nosso legado”, afirmou o secretário, para quem a maioria dos prefeitos que migraram não possuía raízes no partido. “São pessoas que vieram na onda e na onda saíram. Estão mais interessadas em objetivos eleitorais do que programático”, avalia Florisvaldo.


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