O CATOLICISMO POPULAR

Visão de Dom José Cornelis sobre o catolicismo popular na Diocese de Alagoinhas (novembro de 1985).

Dom Cornelis, ao pedir afastamento da diocese de Alagoinhas, ao completar os 75 anos de idade, escreveu uma mensagem e enviou aos agentes de pastoral de sua diocese em forma de circular. Ele faz um olhar sobre o passado, analisa o presente e sugere ações pastorais dentro do espírito dos documentos de Medellin e Puebla.

Analisando o catolicismo popular ele escreve:

“Um jornal da Igreja escreveu recentemente: ‘As manifestações de piedade popular são muito variadas: o culto a Jesus sofredor e morto; a devoção ao Sagrado Coração de Jesus, a devoção a Maria Santíssima; o culto dos santos, sobretudo Santo Antônio e São Francisco; festas de padroeiros; romarias; promessas etc'.

A piedade popular apresenta aspectos positivos: senso do sagrado e da transcendência, desprendimento das coisas materiais, generosidade etc.

- A piedade popular apresenta também aspetos negativos: falta de senso de pertencer à Igreja (individualismo religioso), desvinculação entre Fé e Vida, falta de frequência à missa e aos sacramentos, exagerada valorização do culto dos santos, propensão para o sincretismo religioso, infiltração do espiritismo e outros.

- Não se trata de condenar a piedade popular e impedir suas expressões religiosas.
Mas, purificar com bom senso, amadurecer e dar profundidade a esta espiritualidade elementar.

- A redescoberta da Bíblia, após o Concílio Vaticano II (1962 - 1965), é importante porque a Bíblia ensina o povo a ligar Fé e vida, e a caminhar com esperança e amor pelas estradas da vida.

- Uma liturgia renovada e inteligível, não rotineira é também importante para a formação da piedade.

Pequenos grupos, populares ou não, procuram algo mais. Sejam individualmente, sejam em grupo. Querem encontros, retiros, reciclagens, respostas á inquietação”.

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