sexta-feira, 21 de setembro de 2012

O JEGUE OU JUMENTO


Encontrei essa imagem no meu Facebookfiz o seguinte comentário: "Cena comum outrora no interior. Hoje, cada vez mais rara". Partilhei e, depois,  a encontre com alguns comentários que achei interessante publicá-los aqui.

Francislei Santos diz: "Tramita um projeto no Senado para autorizar a exportação de jegues do Nordeste para a China sob o pretexto de 'uso de força animal para movimentação de cargas em locais de difícil acesso'.mas como aquela gente come desde rato a cachorro, não duvido que é para alimentação humana. Alguém entrou com um pedido de patentear o jegue como Patrimônio Cultural do Nordeste e começou a briga que se arrasta há anos...".

Geraldo Almeida Souza, curtiu, partilhou e acrescentou: "Com certeza Francislei, a mesa dos chineses seria a destinação principal. Imagine se a China, em vias de se tornar a maior nação industrial e tecnológica do mundo vai precisar de jegue como força motriz... Fico revoltado com as injustiças que cometem com esse bichinho, sempre alvo de gozações. Se tem a mancha no dorso, foi xixi que o menino Jesus fez rsrs. Se é Luiz Gonzaga, fez uma das músicas mais gostosas e hilárias do seu repertório: O Jumento é Nosso Irmão rsrs; só fazem corrida de Jegue para se dar risada. Agora que o bichinho é teimoso e burro  é: costuma ficar à noite estacionado nas rodovias, geralmente dando susto nos motoristas e não sai por nada desse mundo. Mas viva um grande símbolo nacional: o jumento, vulgo jegue".
O Jegue é, principalmente, símbolo do Nordeste. Grandes serviços tem prestado na região. Foi e, em algum recanto, continua sendo a montaria do pobre da roça, da caatinga; auxilia no transporte de mandioca da roça para a casa de farinha, carrega a lenha para o forno da casa de farinha; leva no lombo as folhas do cisal do campo para o pé do motor e ainda leva o cisal desfibrado para os armazéns do povoado ou da cidade mais próxima. Trabalha sem reclamar o dia todo debaixo do sol, com sede, com fome, sem descanso.


Não é exigente com a comida. Come folhas, capim seco, macambira sapecada, bagaço... Quando, na seca, não acha mais nada pra comer, mete o dente na casca do icó ou do pau de rato e faz a sua refeição.

Não é exigente com dormida; dorme em qualquer lugar, nem deita, dorme em pé à sombra ou mesmo ao sol quando está amarrado no mourão durante o dia; à noite dorme de pé encostado a uma cerca, parede ou ao lado de uma árvore.

Sua higiene não consiste em banho com água; toma banho de areia espojando no espojeiro que ele mesmo prepara. Tem um local preferido para fazer suas necessidades fisiológicas, quando solto a pastar; se está trabalhando, faz a defecação andando mesmo. Quanto ao pudor, não tem lá tanto escrúpulo nem faz cerimônia para eliminar ruidosamente seus gases, principalmente quando fustigado com uma vara ou com as esporas. É educado. Saúdo os companheiros com seu zurrar característico e inconfundível; zurra também para avisar o dono que está com fome ou que está na hora de beber água. Resiste à sede por dias a fio quando não lhe oferecem água ou não encontra para beber.



Os donos de jegues são ingratos. Quando chega o momento de aposentá-los, vendem para os abatedouros que exportam sua carne para o estrangeiro. Tomara que o projeto de exportação de jegue para a China não seja aprovado. Também seja proibido o abate de jumentos para qualquer fim.




 

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