Gilberto Carvalho, ministro. Foto: Eliária Andrade |
Merval Pereira, O Globo
O que ocorreu na comemoração organizada pela CUT no Dia do Trabalho em São Paulo é um sinal dos tempos. Não apenas o braço sindical do PT atraiu menos gente do que a outra comemoração, organizada pela Força Sindical, a central adversária, como os representantes petistas simplesmente foram impedidos de discursar em seu próprio território político.
Mas a rejeição aos petistas não foi fato isolado nos últimos dias. O ministro da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, responsável pelo relacionamento com a sociedade civil, tem sofrido na pele essa rejeição nos encontros que vem mantendo para tentar desmobilizar as manifestações previstas contra a realização da Copa do Mundo.
Em todo lugar a que vai, invariavelmente surge uma faixa com os dizeres “Não vai ter Copa” para ser pendurada como pano de fundo dos debates. Na sede do Sindicato dos Bancários do Rio, etapa carioca dos “Diálogos Governo - Sociedade Civil Copa 2014”, dias atrás, mais uma vez Carvalho sofreu para poder levar aos participantes a palavra do governo.
Foi vaiado, xingado, tentou convencer os jovens revolucionários da plateia de que seu passado também revolucionário faz dele um aliado, e não um adversário, mas não houve jeito. Uma militante fez um gesto com as mãos significando dinheiro que atingiu Carvalho mais do que os berros e apupos. Voz embargada, disse para a militante que tinha patrimônio de R$ 400 mil, e que já havia morado em favelas para ajudar o próximo. Não houve jeito.
Tudo parece dar seguimento às manifestações de junho passado, quando estourou nas ruas, surpreendentemente, um protesto espontâneo contra todos os políticos e governantes, fossem de que origem fossem.
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