O Brasil é a sexta maior economia do planeta e, ao mesmo tempo, lidera os índices de injustiça social – é o quarto país mais desigual da América Latina – e de corrupção – ocupa o 69º lugar de um ranking com 91 países. Por isso, durante a semana de comemoração da Independência do Brasil, ocorrerão por todo o País uma série de caminhadas e atos públicos em defesa de um Estado mais justo e a serviço da população.
As manifestações fazem parte do Grito dos Excluídos, um evento nacional organizado pela Confederência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) em parceria com diversos movimentos sociais. Segundo o bispo da CNBB, dom Guilherme Werlang, o Estado tem se mostrado muito mais a serviço de interesses particulares do que a serviço da nação. “O grito é para que o Estado atenda aos direitos da população nos mais diversos aspectos”, afirma. “Se todos somos iguais perante a lei, o Estado deveria garantir isso”, completa dom Guilherme .
Dessa forma, sob o lema Um Estado a Serviço da Nação, que Garanta Direitos de Toda a População, a Pastoral Social da CNBB agiu como incentivadora e organizadora de diversas manifestações de movimentos sociais com as mais variadas demandas por todo o país.
As principais mobilizações do Grito dos Excluídos de 2012 alcançam desde a violência contra os jovens e a diferença racial até a corrupção e as implicações das obras preparativas para a Copa do Mundo.
“O principal objetivo do ‘Grito’ é ajudar as pessoas a perceberem que a realidade não é tão simples como os líderes políticos mostram e incitar o gérmen da democracia participativa”, explica Ari Alberti, coordenador do evento.
“É preciso que a população discuta durante essa semana para quem o Estado serve. Essa é a grande questão”, diz Iury Paulino, militante do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) na Amazônia. “Durante o Grito dos Excluídos vamos discutir para quem a energia de Belo Monte servirá”, adianta. “Se servirá aos brasileiros ou ao capital estrangeiro e as mineradoras que atuam na Amazônia”, completa Paulino.
O Grito dos Excluídos de 2012 conta com atos e panfletagens em todos os estados brasileiros durante a semana da Pátria – que se encerra no dia 7 de setembro. “As pautas de reivindicação dependem de cada local, mas nossa intenção é criar um interesse e uma organização que discuta permantemente os problemas locais e os solucione de forma participativa e conjunta”, conclui o coordenador Alberti.
Fonte: cartacapital.com.br
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